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MARCOS DA HISTÓRIA DE PORTUGAL
DESTAQUE


Mosteiro de Santa Maria da Vitória. Batalha. Leiria.



Painéis de São Vicente de Fora.



Torre de Belém. Lisboa.



Estátua equestre de El-Rei D. João IV. Em frente ao Paço Ducal. Vila Viçosa



A Organização DOS rapazes, PARA os rapazes e PELOS rapazes foi extinta em 1966, quando a reforma do ministro Galvão Telles lhe retirou os rapazes (filiados), entregou os «centros» às escolas, e a transformou, assim, numa espécie de direcção-geral de actividades circum-escolares.

Voltou às origens com a reforma Veiga Simão, pelo Decreto-Lei n.º 486/71 de 8 de Novembro.

Mas os novos "associados" estavam tão preocupados com a sua modernização, que acabaram por a descaracterizar completamente.

Foi definitivamente extinta a 25 de Abril de 1974.


quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Mocidade Portuguesa. Reforma das Actividades Gerais.
Projecto «Mocidade Para Um Milhão».
Estudo do Programa de Formação de Quadros (B).


 PÁGINA EM CONSTRUÇÃO - TEXTO NÃO DEFINITIVO

Índice do Projecto:


Índice do Programa de Formação de Quadros (B):
00 - Generalidades:   (ver)
01 - Cursos de Chefes de Quina:   (___)
02 - Aperfeiçoamento de «arvorados-em-comandantes-de-castelo:   (___)
03 - Curso de «comandantes-de-castelo»:   (___)
04 - Promoção de «comandantes-de-grupo-de-castelo»:   (___)
05 - Cursos de «comandantes-de-bandeira»:   (___)
06 - Promoção de «comandantes-de-falange»:   (___)
07 - Aperfeiçoamento de «comandantes-de-zona»:   (___)
08 - Aperfeiçoamento de «comandantes-de-serviços»:   (___)
09 - Aperfeiçoamento para o «ajudantes-de-campo»:   (___)
10 - Aperfeiçoamento para «comandantes-de-ala»:   (___)
11 - Aperfeiçoamento para «comandantes-de-divisão»:   (___)
12 - Cursos de especialistas para «formações-de-comando»:   (___)
13 - Cursos de «cadetes-auxiliares-de-instrução»:   (___)
14 - Cursos de «orientação-para-dirigentes-adultos»:   (___)
15 - Funcionamento das «escolas-de-graduados»:   (___)
16 - Funcionamento dos «centros-de-instrução-de-quadros»:   (___)
17 - Funcionamento dos «acampamentos-escola»:   (___)
18 - Interoperabilidade entre este «programa» e os outros programas:   (___)
19 - Dirigentes «chefes-de-serviços-para-a-formação-de-quadros»:   (___)
20 - Graduados «comandantes-de-serviços-para-a-formação-de-quadros»:   (___)
21 - «Formações-de-comando» dos graduados «comandantes-de-serviços-para-a-formação-de-quadros»:   (___)
22 - Desdobráveis, folhetos, brochuras, cartazes, boletins, Postais, fotografias, jornais e outro material impresso:   (___)
23 - Registos em fita-magnética para difusão sonora:   (___)
24 - Slides...:   (___)
25 - Filmes de curta metragem do arquivo da Organização:   (___)
26 - Centros de Visitantes e Exposições Itinerantes:   (___)
27 - Casas da Mocidade:   (___)
28 - Calendário «Outono-Inverno e Primavera-Verão»:   (___)
29 - Manual Geral de Instruções:   (___)



02 - Cursos de Chefes de Quina:

Embora o «chefe-de-quina» fosse o posto mais baixo da cadeia hierárquica, era no entanto o mais importante. Da realização desses cursos iria depender mais tarde a disponibilidade de alunos para as «escolas-de-graduados.

Ora como cada «quina» tinha seis filiados, o número de «chefes-de-quina» a formar anualmente andaria próximo dos 166.667 aos quais se deveria acrescentar uns 20%, para os que estivessem colocados nas «formações-de-comando» e outros corpos ou impedimentos equiparados, o que nos colocaria num número cerca de 200.000. Mas não. Se considerar-mos que cada um deles se manteria nesse posto por um período entre dois e três anos, podemos dividir os 200.000 por 2.5 e teremos apenas 80.000, o que, apesar de tudo, não deixa de ser um desafio significativo.

Mas outro factor deverá ser tido em consideração. Não podemos saltar do «quase nada» para o «quase tudo». Se pudéssemos começar em 1940/41, com um «quase-nada» da ordem dos 621 «chefes-de-quina», considerando o que vinha de trás, e evoluir progressivamente com com uma taxa de crescimento de 27,5% ao ano, o «quase-tudo» em 1960/61 representava - se pudermos vir a demonstrar ser enquadrável no projecto -, que o sucesso estaria ao nosso alcance, como se poderá ver mais abaixo. Mas, mesmo assim, seria um grande esforço para apenas 20 anos.

1936/37 - 235 C.Q.
1937/38 - 299 C.Q.
1938/39 - 382 C.Q.
1939/40 - 487 C.Q.
____________________

1940/41 - 621 C.Q.
1941/42 - 791 C.Q.
1942/43 - 1.009 C.Q.
1943/44 - 1.286 C.Q.
1944/45 - 1.640 C.Q.
1945/46 - 2.091 C.Q.
1946/47 - 2.666 C.Q.
1947/48 - 3.400 C.Q.
1948/49 - 4.335 C.Q.
1949/50 - 5.527 C.Q.
1950/51 - 7.047 C.Q.
1951/52 - 8.984 C.Q.
1952/53 - 11.455 C.Q.
1953/54 - 14.605 C.Q.
1954/55 - 18.622 C.Q.
1955/56 - 23.743 C.Q.
1956/57 - 30.272 C.Q.
1957/58 - 38.597 C.Q.
1958/59 - 49.212 C.Q.
1959/60 - 62.745 C.Q.
1960/61 - 80.000 C.Q.

Nos primeiros anos a maior parte dos formandos estaria nos «centros-escolares», no entanto com a activação progressiva, mas a bom ritmo, dos «centros-escolares-primários», e a criação de numerosos «centros-extra-escolares, passariam estes, pelo seu elevado número, a contribuirem com mais diplomados, até que, finalmente, sob o efeito das acções de «retenção-nas-fileiras» e do aumento da juventude escolarizada, voltariam os «escolares» a melhorar o seu contributo.

Os indicadores acima mencionados, são elementos globais. Havendo que estudar a sua repartição por «centros», «alas» e «divisões».

Considerando a idade dos rapazes em tempo de formação (9 aos 13 anos), o currículo e tempo de instrução, a actividade não poderia exceder aquilo que sempre foi mencionado pelas «directivas» do Comissariado Nacional. Qualquer melhoria teria que resultar da disponibilidade de «material-de-instrução» em texto com muitas gravuras, para não alterar o carácter eminentemente prático deste nível de formação.

Do «chefe-de-quina» pretendia-se que fosse o mais experiente, o mais conhecedor e o mais entusiasta, assíduo e dedicado da «quina», mas não o «sabe-tudo» que desmotivava os demais.

Ele era também o fiel-depositário do «livro-de-quina, a relíquia, daquele grupo de seis rapazes. O local aonde se guardavam os trabalhos individuais e colectivos da «quina» feitos ao longo do ano.

A par da instrução nos «centros» em «castelos» de formandos, consideráva-se de grande importância as marchas pelo campo e a vida em acampamento, para a sua formação. O «Acampamento-da-Páscoa», os «acampamentos de fim-de-semana», pelo menos dois, e um «acampamento-padrão» nas férias-grandes. Para o acampamento-padrão já iam promovidos, mas na qualidade de «chefes-de-quina-estagiários».

Segundo algumas orientações que fizeram doutrina no princípio dos anos quarenta, a promoção a «chefes-de-quina» não resultava da frequência de um «curso-de-promoção», como aconteceu mais tarde, mas sim de uma escolha feita de entre os filiados «infantes-de-1.ª-classe» mais bem classificados nas respectivas provas, ou dos filiados «vanguardistas» na mesma situação.

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(continua)

03  Aperfeiçoamento de «arvorados-em-comandantes-de-castelo:
03.0   Generalidade


Embora muitos considerem que «arvorado-em-comandante-de-castelo» não era posto, mas sim uma situação, não deixaria de representar uma parte importante das nossas preocupações, pois, ao substituir o «comandante-de-castelo, ele assumia uma responsabilidade, como se já tivesse frequentado o respectivo curso de promoção.

Daí o cuidado dos «centros» em escolher os candidatos de entre os «chefes-de-quina» mais aptos e mais antigos. E de lhes proporcionar uma acção de formação que, em muitos casos, quase que assumia as características de um curso. Aproximando-se do programa dos cursos-de-comandante-de-castelo»

No âmbito deste estudo, as nossas preocupações não só estão apontadas para o comando de um «castelo» que ele iria assumir, como estamos a tentar não perder de vistas as funções que mais tarde viria a desempenhar nas «formações-de-comando» ou no «corpo-de-reserva» da «Ala» ou da «Divisão». Não nos esqueçamos de que se estava a lidar com efectivos muito grandes.

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(continua)

04 - Curso de «comandantes-de-castelo»:

O graduado «comandante-de-castelo», como já foi dito, comandava uma «formação» de cinco «quinas» de seis filiados cada, incluindo o «chefe-de-quina» e, quando acampasse isolado, poderia ficar sob o comando de um graduado «comandante-de-grupo-de-castelos» e assumir as funções de «segundo-comandante» e de «chefe-da-formação-de-comando». Noutras circunstâncias poderia ser-lhe atribuída ou não uma «formação-de-comando»

Os «cursos-de-comandante-castelo» funcionavam em Lisboa, na «Escola Central/Nacional de Graduados» e nas «escolas-regionais-de-graduados» que existiram no Porto, Coimbra, Faro, Funchal e Ponta Delgada. No entanto, face ao presente estudo da «Mocidade Para Um Milhão» o efectivo de «comandantes-de-castelo» requerido, era de tal forma elevado, que, não só teria de funcionar em todas as províncias/distritos, como outras cidades ou vilas principais teriam que ser contempladas.

Talvez tenhamos que começar por avaliar o efectivo requerido para o tal «milhão» acrescentando depois uma percentagem provisória para as «formações-de-comando» e para as «formações-de-reserva». Porventura uns 20%.

Seguindo o critério já adoptado para os «chefes-de-quina» vamos começar por dividir 1.000.000 por 30 (o efectivo de um «castelo») e temos 33.334 que, com o tal acréscimo de 20% ficaríamos em 40.000. Um belo número, mas que ainda não será o definitivo, porque devemos também aqui considerar uma permanência no posto entre dois a três anos. temos então 40.000 a dividir por 2.5 e chegamos a 16.000 graduados «comandante-de-castelo para formar só no ano de 1960/61. É importante recordar que a Mocidade entre 1937 e 1961 só conseguiu formar um total de aproximadamente 10.000 graduados, aonde se supõe estarem incluídos os graduados «comandantes-de-bandeira» também com frequência de curso.

Se partir-mos de um « de quase-nada» 124 «comandantes-de-castelo» em 1940/41 com a mesma taxa de crescimento de 27,5%, chegaremos ao «quase-tudo» de 16.000 graduados «comandantes-de-castelo» em 1960/61. Bem. Da mesma maneira que poderemos ter dúvidas se a Organização era capaz de formar os tais 621 «chefes-de-quina» ao ano em 1940/41, também nos é lícito duvidar da capacidade de formar 124 «comandantes-de-castelo» no mesmo ano. Sob o ponto de vista formal, a resposta é não. A Mocidade não formou nesse ano semelhante número, mas não nos esqueçamos de que, aqui, estamos a falar de uma grande reforma das actividades-gerais, que incluía vários «programas», uma grande diversidade de «sub-programas» e o recurso a ideias completamente diferentes do que era o pensamento da época, face às realidades consideradas possíveis.

É fundamental não perder-mos de vista a necessidade de uma nova mentalidade, para se atingirem os objectivos propostos, que, no caso dos «comandantes-de-castelo», a seguir se mencionam:

1936/37 - 39 C.C.
1937/38 - 50 C.C.
1938/39 - 76 C.C.
1939/40 - 97 C.C.
____________________

1940/41 - 124 C.C.
1941/42 - 158 C.C.
1942/43 - 201 C.C.
1943/44 - 257 C.C.
1944/45 - 328 C.C.
1945/46 - 418 C.C.
1946/47 - 533 C.C.
1947/48 - 680 C.C.
1948/49 - 867 C.C.
1949/50 - 1.105 C.C.
1950/51 - 1.409 C.C.
1951/52 - 1.796 C.C.
1952/53 - 2.291 C.C.
1953/54 - 2.921 C.C.
1954/55 - 3.724 C.C.
1955/56 - 4.748 C.C.
1956/57 - 6.054 C.C.
1957/58 - 7.719 C.C.
1958/59 - 9.842 C.C.
1959/60 - 12.549 C.C.
1960/61 - 16.000 C.C.

x

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(continua)

05 - Promoção de «comandantes-de-grupo-de-castelo»:

A promoção dos graduados «comandante-de-grupo-de-castelos», era feita por «mérito», nos termos do «regulamento-de-instrução-e-promoção-de-graduados» (R.I.P.G.) que regulava a promoção de todos postos hierárquicos, incluindo a dos «chefes-de-quina». E, neste caso as promoções reportavam-se a 28 de Maio, uma data simbólica para o Estado Novo, e a 1 de Dezembro, também uma data simbólica, mas para a Mocidade. Sendo as propostas enviadas pelos «centros» através das «delegações provinciais/distritais, mais ou menos com um mês de antecedência para receber os pareceres, incluindo o do «conselho-de-disciplina» da Organização.

Aparentemente não havia nenhuma cerimónia especial de imposição das insígnias, salvo se o «director-do-centro» tomasse essa iniciativa, o que era de louvar, por diversas razões: respeito pela dignidade do posto; respeito pela dignidade do graduado promovido e; um exemplo a seguir pelos demais filiados.

Estranhamente estas promoções ocorriam em número muito reduzido. Em muitos «centros» era considerada uma recompensa, atribuída ao «comandante-do-centro», embora para «recompensas» o «regulamento-de-disciplina» da Organização, previa a existência de três medalhas: «medalha-de-assiduidade», a «medalha de dedicação» concedidas pelo Comissário Nacional, e a «medalha-de-altos-serviços», esta concedida pelo ministro da Educação, sob proposta do Comissário Nacional. Estes altos serviços deviam ser tão altos, tão altos, que a medalha, em quase quarenta anos de Mocidade, nunca foi concedida. Era, de certo modo conhecida como a "torre e espada da casa", pois o filiado que a recebesse passaria a ter honras de graduado «comandante-de-falange», o posto mais elevado da Organização, e o direito ao uso das respectivas insígnias.

Mas, voltemos aos «comandantes-de-grupo-de-castelos». Talvez porque não existia curso de promoção como acontecia para os graduados «comandantes-de-bandeira», o número destes era muito superior ao daqueles, quando, em condições normais deveriam existir quatro «comandantes-de-grupo-de-castelos» por cada «comandante-de-bandeira».

Depois disto, é chegado o momento de avaliar o efectivo de «comandantes-de-grupo-de-castelos» à luz da nossa «reforma das actividades-gerais»: a primeira conclusão é de que algo tinha de mudar; a segunda é de que iriam ser necessários muitos «comandantes-de-grupo-de-castelos»; a terceira, é de que para tão elevado número a promoção por mérito talvez não fosse o processo mais adequado; e a quarta, que o novo sistema ia exigir maiores qualificações.

O comando efectivo dos castelos isolados, em acampamento, embora com a presença de um «dirigente-adulto» ou de um «cadete-auxiliar-de-instrução-geral», as «formações-de-comando», e o os «corpos-de-reserva» das Alas e Divisões, iriam confrontá-lo com novas e mais complexas tarefas, especialmente ao nível do calendário «Outono-Inverno + Primavera-Verão e dos «manuais-gerais-de-instruções»

Pensa-se, portanto, que estes graduados deviam passar por uma «escola-de-graduados» ou por um «acampamento-escola», incluindo as tarefas de formação pré-escolares, para ver certificada a sua qualificação para o posto.

Tal como se fez para os «chefes-de-quina» e para os «comandantes-de-castelo» vamos tentar avaliar o efectivo de «comandantes-de-grupo-de-castelos» minimamente necessários no âmbito deste «programa». Como os «comandantes-de-castelo» eram 16.000 e um grupo tinha três castelos, logo, vamos considerar um efectivo de 5.333, a calcular exactamente da mesma maneira que fizemos.

A idade de frequência do curso devia situar-se nos 16 anos, com a possibilidade de antecipar um ano, ou adiantar até dois anos. Tudo dependendo de uma avaliação tendo como referência a robustez física a «progressão-na-carreira» e as actividades em que o candidato tivesse estado envolvido. A proposta de frequência do curso seria feita pelo «director-do-centro + comandante-do-centro» e despachada pelo «dirigente subdelegado-regional + graduado comandante-da-ala» para os cursos de «comandante-de-castelo» e «comandante-de-grupo-de-castelos»

A promoção nos termos do R.I.P.G. era da competência do «Comissário-Nacional» mediante proposta do «dirigente-director + graduado-comandante» da «escola-de-graduados» ou do «acampamento-escola».

Também se considerava importante que tanto o graduado «comandante-de-grupo-de-castelos», como o graduados «comandante-de-castelo» estivessem habitualmente acompanhados, no exercício das suas funções, por «cadetes-auxiliares-de-instrução-geral».

1936/37 - 9 C.C.
1937/38 - 11 C.G.
1938/39 - 14 C.G.
1939/40 - 18 C.G.
____________________

1940/41 - 23 C.G.
1941/42 - 29 C.G.
1942/43 - 38 C.G.
1943/44 - 48 C.G.
1944/45 - 61 C.G.
1945/46 - 78 C.G.
1946/47 - 100 C.G.
1947/48 - 127 C.G.
1948/49 - 162 C.G.
1949/50 - 206 C.G.
1950/51 - 263 C.G.
1951/52 - 336 C.G.
1952/53 - 428 C.G.
1953/54 - 545 C.G.
1954/55 - 696 C.G.
1955/56 - 887 C.G.
1956/57 - 1.131 C.G.
1957/58 - 2.574 C.G.
1958/59 - 3.282 C.G.
1959/60 - 4.184 C.G.
1960/61 - 5.335 C.G.

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(continua)

06 - Cursos de «comandantes-de-bandeira»:

Os graduados «comandante-de-bandeira, desde sempre, assumiram o comando dos «centros» e «alas» mais numerosas e, de uma forma geral, o das «divisões». Contudo a activação dos grandes efectivos, previstos na «reforma-das-actividades-gerais, iria aumentar de forma quase exponencial o número de «postos-de-comando» a eles destinados.

Tal como já se mencionou, a tarefas inerentes ao calendário «Outono-Inverno + Primavera-Verão» e ao «manual-geral-de-instruções» da sua «unidade-de-instrução» ou outras actividades para que estivesse nomeado, iriam exigir mais competência e responsabilidade, devendo a sua formação tornar-se mais exigente.

O graduado «comandante-de-bandeira» colaborava com 4 comandantes-de-grupo-castelos», mais 12 «comandantes-de-castelo», mais 60 «chefes-de-quina», mais o efectivo da «formação» ou «formações-de-comando» que lhe fossem atribuídas.

Quando acampasse isolado com a sua «bandeira», ficava como «segundo-comandante», na dependência do «comandante-de-falange» que lhe fosse atribuído e chefiava a «formação-de-comando» da «bandeira», que poderia chegar a ser, o conjunto de todas as «formações-de-comando» das subunidades da «bandeira». Noutro local é tratado o assunto das «formações-de-comando». As atribuições detalhadas de cada «formação-de-comando» constitui um dos capítulos obrigatórios dos «manuais-gerais-de-instruções».

Para além dos trabalhos lectivos do período pré-escolar (correspondência), estava-lhe reservada a frequência de uma «escola-de-graduados» ou «campo-escola» aonde funcionassem apenas os cursos de «comandantes-de-bandeira» e os cursos de «comandante-de-falange, para o enquadrar num ambiente mais exigente e selectivo.

A proposta para a frequência destes cursos, embora inicializada pelo «dirigente-director-do-centro» mais o graduado «comandante-de-centro», eram formalizadas pelo «dirigente-subdelegado-regional» + «graduado-comandante-da-ala» e despachada pelo «dirigente-delegado-provincial/distrital» + «graduado-comandante-de-divisão».

O efectivo a formar ao longo dos anos, encontra-se mencionado mais abaixo e constitui um quarto do efectivo considerado para a formação dos graduados comandantes de «grupo-de-castelos».

1936/37 - 4 C.B.
1937/38 - 5 C.B.
1938/39 - 6 C.B.
1939/40 - 8 C.B.
____________________

1940/41 - 10 C.B.
1941/42 - 13 C.B.
1942/43 - 17 C.B.
1943/44 - 21 C.B.
1944/45 - 27 C.B.
1945/46 - 35 C.B.
1946/47 - 44 C.B.
1947/48 - 57 C.B.
1948/49 - 72 C.B.
1949/50 - 92 C.B.
1950/51 - 117 C.B.
1951/52 - 150 C.B.
1952/53 - 191 C.B.
1953/54 - 243 C.B.
1954/55 - 310 C.B.
1955/56 - 396 C.B.
1956/57 - 505 C.B.
1957/58 - 644 C.B.
1958/59 - 821 C.B.
1959/60 - 1.046 C.B.
1960/61 - 1.334 C.B.

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(continuação)

07 - Promoção de «comandantes-de-falange»:

O graduado «comandante-de-falange» colaborava com 2 graduados «comandantes-de-bandeira», mais 8 «comandantes-de-grupo», mais 24 «comandantes-de-castelo», mais 120 «chefes-de-quina», mais a «formação-de-comando» da «falange» que poderia incluir as «formações-de-comando» das suas «subunidades».

A proposta de frequência do curso e as condições de frequência, eram semelhantes à dos «comandantes-de-bandeira» e tanto num caso como noutro, era desejável que incidissem em estudantes universitários, embora se reconhecendo que se esse desiderato fosse conseguido para 50% dos candidatos já era um bom objectivo.

Além do comando de «bandeiras» e de «falanges» estes graduados estavam indicados para serem destacados para o «comando-de-divisões», «comando-de-alas», «comandos-de-serviços» e «comandantes-de-zona» a nível provincial/distrital, e para o «comando-de-inspecções-nacionais-de-zonas», o «comando-de-serviços-nacionais», o «comando-de-inspecções-nacionais» e para o «comando-de-subinspecções-nacionais», algo que como já foi afirmado só será tratado no final dos estudos.

Outra questão que se pretendia é que tanto os graduados «comandante-de-bandeira» como os «comandante-de-falange», não estivessem sozinhos no exercício dos seus «comandos», mas sempre acompanhados por «dirigentes-adultos». Mais do que uma relação de dependência, desejava-se que fosse uma relação de entendimento. O diálogo seria a nota dominante e, enquanto não houvesse entendimento não haveria decisão.

O modelo de disciplina jamais seria do tipo militar. Ele deveria valorizar acima de tudo o diálogo e a qualidade das relações.

1936/37 - 2 C.F.
1937/38 - 3 C.F.
1938/39 - 4 C.F.
1939/40 - 5 C.F.
____________________

1940/41 - 6 C.F.
1941/42 - 8 C.F.
1942/43 - 11 C.F.
1943/44 - 14 C.F.
1944/45 - 17 C.F.
1945/46 - 22 C.F.
1946/47 - 28 C.F.
1947/48 - 36 C.F.
1948/49 - 46 C.F.
1949/50 - 59 C.F.
1950/51 - 75 C.F.
1951/52 - 95 C.F.
1952/53 - 95 C.F.
1953/54 - 122 C.F.
1954/55 - 155 C.F.
1955/56 - 198 C.F.
1956/57 - 252 C.F.
1957/58 - 322 C.F.
1958/59 - 410 C.F.
1959/60 - 523 C.F.
1960/61 - 667 C.F.

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x

(continuação)

08 - Aperfeiçoamento de «comandantes-de-zona»:

Nas Alas de maiores efectivos, existiam dirigentes «chefes-de-zona» e graduados «comandantes-de-zona», que poderiam ser da «zona-dos-liceus», da «zona das técnicas» e dos restantes tipos de centros, e cujas funções era acompanhar todos os assuntos a eles referentes.

Com a introdução de um intenso programa de actividades de campo, do calendário «Outono-Inverno + Primavera-Verão» e do «manual-geral-de-instruções» as tarefas que lhe estavam acometidas passam a ser de grande volume e complexidade. Daí a importância de passarem regularmente por acções de formação, promovidas pelas «divisões» ou pelas «inspecções-de-zona» nacionais, no âmbito de uma «escola-de-graduados» ou de um «acampamento-escola», com o carácter de um tirocínio-prévio, o que levava à constituição de um «corpo-de-graduados-tirocinados» para diversas funções superiores.

Embora a acções de formação fossem leccionadas pelos graduados mais antigos, tanto «comandantes-de-falange» como «comandantes-de-bandeira» era da maior conveniência a presença de pelo menos um «dirigente-adulto» no «conselho-escolar» e, no acompanhamento da acção de formação em geral.

(continuação)

09 - Aperfeiçoamento de «comandantes-de-serviços»:

Com o incremento dos vários programas referentes à «reforma-das-actividades-gerais» a chefia de serviços, até então, assumindo o todo «actividades-gerais» tenderia a desdobrar-se nas várias áreas estudadas, passando de uma para cinco, seis ou mais «chefias-de-serviços», e levando cada uma, a receber, além do dirigente «chefe-de-serviços», o seu graduado «comandante-de-serviços», mais um «adjunto-do-comandante-de-serviços», e a respectiva «formação-de-comando» chefiada por este.

Ao «comandante-de-serviços» e o seu «adjunto» estava reservado um vasto conjunto de afazeres e responsabilidades, descritos no calendário «outono-inverno + primavera-verão» e no «manual-geral-de-instruções» do «serviço». Logo, teriam necessitar de passar por uma formação específica, tal como já referimos para os «comandantes-de-zona».

Os cursos de «comandantes-de-falange» e de «comandantes-de-bandeira» já abordariam algumas matérias sobre estes assuntos. Mas não eram específicos. Tinham um carácter mais abrangente e por isso generalista.

Dai a importância de se desenhar um curso com as características adequadas. A funcionar igualmente em «escola-de-graduados» ou «acampamento-escola». Podendo até contemplar a especificidade de cada «serviço» ou a de todos «serviços» ao mesmo tempo, como se verá mais adiante.

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10 - Aperfeiçoamento para o «corpo-de-ajudantes-de-campo:

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11 - Aperfeiçoamento de «comandantes-de-ala»:

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12 - Aperfeiçoamento de «comandantes-de-divisão»:

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13 - Cursos de «especialistas-para-formações-de-comando»:
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14 - Cursos de «cadetes-auxiliares-de-instrução»:

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15 - Cursos de «orientação-para-dirigentes-adultos»:

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16 - Funcionamento das «escolas-de-graduados»:

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17 - Funcionamento dos «centros-de-instrução-de-quadros»:

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18 - Funcionamento dos «acampamentos-escola»:

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19 - Recursos humanos afectos à gestão deste «programa»:

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20 - Interoperabilidade entre este «programa» e os outros «programas»:

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21 - Dirigentes «chefes-de-serviços-para-a-formação-de-quadros»:

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22 - Graduados «comandantes-de-serviços-para-a-formação-de-quadros»:

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23 - «Formações-de-comando» dos graduados «comandantes-de-serviços-para-a-formação-de-quadros»:

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24 - Calendário «outono-inverno + primavera-verão»»:

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25 - «Manuais-gerais-de-instruções»

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Mocidade Portuguesa. Reforma das Actividades Gerais.
Projecto «Mocidade Para Um Milhão».
Estudo do Programa de Destacamento de Quadros (D).


 PÁGINA EM CONSTRUÇÃO

Índice do Projecto:



1.    Generalidades:

A função do «destacamento-de-quadros» era feita, ao nível de «divisão», pela respectiva «chefia-de-serviços»/«comando-de-serviços» com base num complexo programa de crescimento das necessidades.

Tal como, no texto correspondente ao «programa-de-formação-de-quadros» se simulou um crescimento dos mesmos, entre 1940/41 e 1960/61, a uma taxa de 27,5%. Também no tocante aos «centros» tínhamos que tentar conhecer o número e dimensão dos existentes, por espécie.
Parte disso estava disponível em ficheiro. Pelo menos o número, espécie e localização dos existente.

No caso dos «centros-escolares-primários», sendo conhecido o número e dimensão, havia apenas que estabelecer o percurso de activação que não poderia andar muito fora dos «quadros» disponíveis pelo esforço de «formação».

A prioridade iria naturalmente para os grandes centros urbanos, aonde se situavam outros «centros» capazes de cederem alguns quadros, embora numa fase inicial que poderia ser maior ou menor, as actividades da Mocidade chegariam sob a forma de visitas periódicas de divulgação. Primeiro de seis em seis meses, depois de três em três meses e mais tarde mensais. E asseguradas por equipas que nalguns casos seriam da «Ala/Região» e noutros da «Divisão/Província»

Com os quadros que fossem ficando disponíveis, organizavam-se a tais equipas de visitantes, que, mesmo com a condicionante da periodicidade, ainda não poderiam chegar a todos os «centros». Teria que se começar por um pequeno número e ir progressivamente crescendo em número de centros visitados até se alcançar a totalidade já próximo do final do programa, em 1960/61.

No caso dos «centros-extra-escolares» a condicionante estaria no crescimento do «centro» e na criação de novos «centros», embora não fosse de excluir um regime de visitas periódicas para compensar as fragilidades existentes.

Visitas por equipas de outros programas seriam também de considerar, mesmo para os «centros-escolares-primários», os mais numerosos, e portanto aqueles que representavam um maior desfio.

Contudo, seriam os «centros-escolares» os primeiros beneficiados, pois era daí que se poderia esperar «destacamentos» a mais curto prazo.

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2.    Método estatístico de calcular as necessidades de quadros:

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3.    Planeamento a longo prazo dos «destacamentos-de-quadros».

Embora os «destacamentos» fossem feitos anualmente, a sua previsão deveria cobrir os 20 anos de duração da «reforma-das-actividade-gerais». Claro que se tratava de um documento teórico, mas era fundamental para se poder ir avaliando os «desvios» para mais e para menos.

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4.    Destacamentos nos «centros-escolares-primários»:

Tal como com os demais centros, o «destacamento» de «quadros» pretendia cobrir as necessidades de enquadramento resultantes do aumento de frequência por parte dos filiados, e pela existência de um maior número de «centros».

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5.    Destacamentos nos «centros-extra-escolares»:

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6.    Destacamentos nos «centros-escolares»:

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7.    Colaboração-dos-subdelegados-regionais:

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8.    Colaboração-dos-directores-dos-centros:

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9.    Dirigentes «chefes-de-serviços-para-a-captação-de-recursos»:

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10.   Graduados «comandantes-de-serviços-para-a-captação-de-recursos»:

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11.   «Formações-de-comando» dos graduados «comandantes-de-serviços-para-a-captação-de-recursos»:

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12.   «Manuais-gerais-de-instruções»:

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13.  

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14.  

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Mocidade Portuguesa. Reforma das Actividades Gerais.
Projecto «Mocidade Para Um Milhão».
Estudo do Programa de Valorização das Actividades (E).


 PÁGINA EM CONSTRUÇÃO - TEXTO NÃO DEFINITIVO

Índice do Projecto:




1.    Generalidades

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2.    Marchas:

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3.    Acantonamentos:

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4.    «Acampamentos-de-fim-de-semana»:

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5.    «Acampamento-da-Páscoa»:

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6.    «Colónias-de-férias»:

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7.    «Acampamentos-padrão»:
7.1   Generalidades:

O regulamento de Campismo de 1942, previa vários tipos de actividades de campo, contudo a ideia do acampamento-padrão, pretende contemplar um acampamento de média dimensão, para um efectivo máximo de oito «grupos-de-castelos» (em dois turnos) e uma duração de quatro semanas para cada turno.

Tratava-se pois de um acampamento de «verão», que, tanto se podia adaptar a «acampamento-de-férias», ou simplesmente, «campos-de-férias», como a «acampamento-escola». Embora se deva perceber que, na Mocidade, "lazer" não era "comer e dormir". Nos primeiros anos do período para a «reforma-das-actividades» (5 a 10 anos), a sua organização estaria vocacionado para ser iniciativa das «divisões». Embora nos anos seguintes já poderiam ser promovidos pelas «alas», altura em que as «divisões» passariam a organizar acampamentos de «falanges» a duas «bandeiras» ou oito «grupos-de-castelos (24 castelos). Mesmo em «acampamentos-escola».

O propósito inicial era dividir o acampamento por três núcleos, distanciados a poucos quilómetros. No primeiro e principal, estariam dois «grupos-de-castelos» em trânsito durante uma semana. Um de chegada e outro de partida. Mais, áreas para «dirigentes-orientadores», «comando-e-serviços», «desportos» e «actividades-culturais».

Para os que estavam de chegada, aquela primeira semana, da parte da manhã, seria de muita actividade: ginástica, «pista-de-obstáculos», «pista-de-atletismo» e campos de Voleibol, basquetebol, andebol e futebol de 5. Toda a gente estava envolvida na preparação física e em torneios. Depois do almoço, um período de descanso, e à tarde a conclusão dos «jornais-de-árvores» e os muitos ensaios para a «chama-da-mocidade». O ponto alto do dia.

Em dias de visitantes havia que mostrar o acampamento como um local de ordem, arranjo e muita actividade. Nada de construções ou obras dispendiosas. Tudo muito simples mas funcional. Era num ambiente destes que a Mocidade desejava ver os seus rapazes e dar a conhecer a sua imagem. Quer fosse no núcleo principal ou nos restantes. Gente aprumada, e sabendo o que queria. Consciente dos seus deveres, e dos seus direitos.

No segundo núcleo, acamparia outro «grupo-de-castelos», que havia rodado do núcleo principal, aonde tinha estado na semana anterior, e procuraria aproveitar também durante uma semana, as boas condições de uma grande albufeira, entre as muitas existentes nas regiões centro-norte do país, em cujas proximidades os acampamentos seriam instalados, para a prática de natação, canoagem, remo e construções de rio (pontes de pequeno porte, e pontões de apoio às actividades náuticas).

O terceiro núcleo seria igualmente constituído por um «grupo de castelos», mas, desta vez, os castelos acampariam separados uns dos outros, para testarem a sua auto-suficiência, montarem torres e outras construções de campo, em módulos, para praticarem exercícios de observação e reconhecimento topográfico, transmissões diurnas e nocturnas (homográfico e morse) e provas de campo em pistas «todo-o-terreno» assinalas (sinais de pista) ou balizadas.

No final da semana estes três castelos reunir-se-iam para cumprir a sua quarta semana no núcleo principal, aqui, além de desportos, e de um ou outro torneio que ficou por concluir, iriam contactar com a feitura do «semanário-do-acampamento» (impresso), os «jornais-de-árvore» dos vários sectores, as actividade de «fotografia-e-cinema» (curtas metragens) e a «difusão-sonora» por altifalantes, desenho, pintura e moldagem em barro, etc.

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8.    «Circuitos-campistas-das-alas»:

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9.    «Circuitos-campistas-das-divisões»:

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10.   «Vida-de-montanha»:

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11.   «Refúgios»:

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12.   «Albergues»:

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13.   «Bases-campistas»:

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14.   Dirigentes «chefes-de-serviços-para-a-valorização-de-actividades»:

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15.   Graduados «comandantes-de-serviços-para-a-valorização-das actividades»:

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16.   «Formações-de-comando» dos graduados «comandantes-de-serviços-para-a-valorização-das-actividades»:

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17.   Programa «outono-inverno + primavera-verão:

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18.   «Manuais-gerais-de-instruções»:

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19.  

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20.  

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Mocidade Portuguesa. Reforma das Actividades Gerais.
Projecto «Mocidade para Um Milhão».
(com apoios na sociedade civil e no estado).


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Índice do Projecto:


1.    No blogue «Tronco-em-Flor» distinguem-se duas vertentes: uma corresponde à apresentação da «Organização Nacional Mocidade Portuguesa», tal como ela existiu; e uma outra aonde se procura elaborar um «estudo» sobre aquilo que a Organização, poderia ter sido, proporcionando a todos os seus filiados, muito boas condições de funcionamento, especialmente aos «centros-escolares-primários», que, pura e simplesmente não funcionaram, por falta de «quadros», e aos «centros-extra-escolares» que poderiam ter existido em elevado número, contribuindo com o destacamento de alguns dos seus «quadros» para o sucesso das actividades dos «primários».

2.    Por se tratar de um estudo de grande dimensão, exigindo a recolha e o processamento de um numeroso conjunto de elementos estatísticos, a evolução do trabalho será forçosamente lenta, mas, no entretanto, as ideias podem ir sendo explicadas, o mesmo acontecendo com a forma que vai ser dada à sua arrumação, Esta página é, por enquanto, uma página de introdução, e sê-lo-á até que algo mais elaborado venha a aparecer, para alguns dos assuntos já seleccionados, tais como: o «recrutamento e retenção nas fileiras», a «formação de quadros», o «destacamento de quadros», e a «valorização das actividades».


Actividades desportivas.

3.    Um dos problemas mais graves, foi, para a Mocidade, o não conseguir assegurar a «retenção-nas-fileiras» dos seus filiados «vanguardistas» (14 aos 18 anos) e filiados «cadetes» (18 aos 21 anos), pois era destes «escalões» que poderiam sair uma boa parte dos seus «quadros». Dos «vanguardistas» os graduados «comandantes-de-castelo» e «comandantes-de-grupo-de-castelos», além das «formações-de-comando» (especialistas). E do «escalão de cadetes» os graduados «comandantes-de-bandeira» e «comandantes-de-falange», e ainda, «cadetes-auxiliares-de-instrução», assim uma espécie de «para-dirigentes», quando a carência de «dirigentes-adultos» fosse de maior gravidade. Algo que infelizmente se eternizou. A Mocidade era uma organização «DE rapazes, PARA os rapazes, e PELOS rapazes», mas, a presença de dirigentes como orientadores e conselheiros era indispensável.

4.    Os professores primários, foram, por força das suas funções públicas, os dirigentes dos «centros-escolares-primário», no entanto faltava-lhes, experiência prática, para, no terreno, dirigirem a instrução. Até porque a maioria dos professores eram «PROFESSORAS» (80%). E a «instrução» dos rapazes muito diferente da das raparigas. Daí a carência de «comandantes-de-castelo», de «chefes-de-quina» (5 por cada castelo) e, nalguns casos, de «arvorados-em-comandantes-de-castelo», na falta de um ou outro «comandantes-de-castelo. Depois, por cada conjunto de «classes escolares», era desejável a presença de um graduado «comandante-de-grupo-de-castelos» (1 grupo = 3 castelos) e de um «cadete-auxiliar-de instrução» com 19 ou 20 anos. Em princípio, estes «quadros» deveriam ser oriundos dos «centros-escolares» e dos «centros-extra-escolares», ou da «reserva» da região/concelho (Ala) ou da província/distrito (Divisão). No entanto, inicialmente, também estes se debatiam com algumas carências.

5.    Mas, para satisfazer os «destacamentos» havia primeiro que proceder à «formação dos quadros» necessários, algo que teria de resultar de um certo compromisso entre quem dispunha dos «candidatos» à formação - os CENTROS -, mais de quem tinha a incumbência de assegurar o planeamento – ALAS e DIVISÕES, e ainda, de quem tinha de proceder à «formação» - as ESCOLAS DE GRADUADOS e os CENTROS DE INSTRUÇÃO DE QUADROS. O processo não era fácil e o planeamento tinha de ser assegurado a longo prazo. Os «centros-escolares-primários», a partir da segunda/terceira classes já podiam começar a formar os seus próprios «chefes-de-quina», que, depois, no fim da instrução-primária - ou ficavam -, ou eram destacados para «centros-escolares» ou «centros-extra-escolares». Este processo de «trocas» tinha as suas vantagens e desvantagens. Em regra, o «lusito», caso não continuasse a estudar, poderia ficar no «centro-extra-escolar» mais próximo. Provavelmente até no mesmo edifício do «centro-escolar-primário». Mas nem sempre seria assim.


Preparando uma refeição.

6.    Como quase tudo na vida, as coisas não acontecem por acaso. E também neste caso teriam de existir órgãos permanentes para gerir os vários «programas» aqui mencionados. Estes órgãos teriam o carácter de «chefia-de-serviços» (dirigente ou dirigentes) e de «comando-de-serviços» (graduado ou graduados), com a sua «formação-de-comando», ao nível de «divisão». Nas «alas» também poderiam existir «dirigentes adjuntos» dos «subdelegados regionais» e um graduado adjunto do «comandante-da-ala», mais a sua «formação-de-comando», igualmente encarregues destes assuntos em permanência. O processo de coordenação era sempre do tipo «Outono-Inverno» + «Primavera-Verão», conforme se encontra descrito em várias colocações. E, em todos os casos, existiriam os «manuais-gerais-de-instruções» igualmente referidos.

7.    A activação dos «centros-escolares-primários», além de proporcionar alguns «chefes-de-quina» aos «centros-escolares» e aos «centros-extra-escolares», iria principalmente facultar-lhes melhores filiados. Filiados já com quatro anos de instrução e, por isso mesmo, mais qualificados. Algo que se iria depois reflectir em todo o processo de «formação-de-quadros» e mais tarde, novamente, no «destacamento de quadros». Isto, sem referir a própria «retenção-nas-fileiras» que sairia bastante beneficiada. Os vários «programas» acabavam interligados ou interrelacionados nos seus propósitos, no seu funcionamentos e nos seus resultados. E isso ficará bem patente à medida que se avance na leitura destas colocações.

8.    A «formação-de-quadros» seria feita em diferentes «escolas-de-quadros» (natureza), mas, quase todas em «acampamentos-escolas» (local). As «escolas-de-graduados» e os «centros-de-formação-de-quadros» que teriam a seu cargo uma parte importante da «formação-de-especialistas» do «escalão-de-vanguardistas» destinados às «formações-de-comando» teriam de funcionar em «acampamentos-escolas» do tipo «acampamento-padrão». O mesmo sucedendo com a formação de «cadetes-auxiliares-de-instrução». Nestes acampamentos, além da oportunidade de praticarem algumas actividades diferentes do habitual, os «formandos» integravam-se num sistema de aprovisionamento e alimentação, em que todos contribuíam para o seu custo e participavam na confecção dos alimentos para o castelo, por rotação de uma escala diária de quinas de serviço. Este tipo de alimentação, apresenta-se aliás como fundamental para a compreensão da «reforma-das-actividades-gerais». O antigo princípio do «rancho-geral», pela incapacidade da Mocidade suportar os seus custo, comprometeu em absoluto a qualidade das actividades, que ficaram circunscritas apenas à instrução nos edifícios escolares e não saíam para o campo.


Uma ponte Himalaia.

9.    A «retenção-nas-fileiras» corresponde a mais um «programa», desta vez destinado a manter activos os muito necessários «vanguardistas» e «cadetes». A base do programa, no caso dos «vanguardistas», passa pela dinamização de importantes actividades, tais como, as «formações-de-comando», assim uma espécie de “corpos-de-estado-maior” para apoiar os diversos «graduados-em-comando» e eles seriam muitos. Enviar um «vanguardistas» para o campo, sem uma «missão», só para caminhar, comer e dormir, era possível mas teria um interesse muito limitado. Daí, as tais «formações-de-comando», para atribuírem as «missões». A definição dos «circuitos campistas», quer de «ala», quer de «divisão», já se encontrava previsto no «regulamento de campismo» de 1942, mas, no âmbito deste estudo, iremos encontrar um enlace esclarecedor entre os «circuitos», os «acampamentos-padrão» e outros acampamentos mais. No caso dos «cadetes»: com o «corpo-de-cadetes-auxiliares-de-instrução», iríamos encontrar uma alternativa muito importante, aos «cursos-de-preparação-militar» já existentes nos vários «centros-de-instrução-de-milícia».

10.   A «valorização-das-actividades» era a grande finalidade da «reforma-das-actividades-gerais», mas ela só seria possível se considerasse-mos previamente a «retenção-nas-fileiras» dos filiados e, a «formação-de-quadros» e o «destacamento dos quadros», conforme as necessidades. A Mocidade precisava de ser uma Organização bem organizada, mas, igualmente, necessitava de ser atraente e ter «quadros» capazes de perceber aquilo que já se comentou noutra ou noutras colocações, acerca dos relacionamentos humanos. Isto é, a Organização sempre se preocupou mais com a disciplina do que com a qualidade das relações humanas. Penso que se deveria sentir a necessidade de pendurar umas tabuletas, quer nos «centros», quer nos «acampamentos» com umas frases mais ou menos deste tipo: «O IMPORTANTE NÃO É SABER QUEM MANDA MAIS OU MANDA MENOS. MAS SIM, COMO PODEREMOS COLABORAR UNS COM OS OUTROS».

11.   Porquê falar-se de «Mocidade Para Um Milhão»? Porque todas as crianças e jovens tinham iguais direitos relativamente ao usufruto das actividades da Mocidade. Assim dizia a Lei e assim deveriam sentir os próprios. Na brochura «Estatísticas da Educação do ano lectivo de 1960/61, publicada pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), na página 85, relativa a «Actividades Circum-Escolares», a Mocidade Portuguesa assumia ter cerca de 14.921 «centros de actividades» e um total de filiados superior a um milhão (1.027.309). No entanto, deste formidável contingente, mais de 800 mil (887.235) eram os filiados dos «centros-escolares-primários» (inactivos), 124.604 os filiados dos centros-escolares», 7.621 os dos «centros-extra-escolares, 4.163 como frequentando os «centros-especiais», 1.771 nos «centros-de instrução-de-milícia», e 1915 nos «centros-universitários. Não havia dúvida que a grande questão girava em torno da inactividade dos «centros-escolares-primários» e da diminuta implantação dos «centros-extra-escolares».


Lendo o «jornal de árvore» no acampamento.

12.   A «pedra-angular» desta reforma, situava-se na fonte dos recursos financeiros. É nisso que nos vamos centrar, pois a Mocidade, desde a sua origem, que vivia dos magros subsídios concedidos pelo Governo, através do ministério da Educação. Embora, ao longo dos anos, complementados por ofertas particulares de fardamentos e dinheiro para outros fins. Todavia a Organização foi instituída como um grande movimento de juventude que dava corpo a uma pré-mobilização militar, face às perspectivas da deflagração de conflitos em larga escala entre 1936 e 1940. Na Base XI, da Lei n.º 1.941 de 14 de Abril de 1936, pode-se ler: “Será dada à mocidade portuguesa uma organização nacional e pré-militar que estimule o desenvolvimento integral da sua capacidade física, a formação do carácter e a devoção à Pátria e a coloque em condições de poder concorrer eficazmente para a sua defesa…”. Mais claro que isto é impossível. E a legislação ulterior que define a sua abrangência e limites da obrigatoriedade, conduzem a números que ultrapassam largamente o milhão de jovens. Para tudo isto era preciso muito dinheiro, mas o Governo não estava a pensar numa organização de profissionais do tipo idêntico às demais instituições de natureza pública.

13.   A partir de 1940, o novo Comissário Nacional, Professor Marcello Caetano, um conhecido anglófilo, oriundo do movimento escutista, substitui o Eng.º Nobre Guedes, um germanófilo assumido, colocado depois em Berlim como embaixador de Portugal e, face a nossa neutralidade e à evolução do conflito, desvantajosa para as potências totalitárias do Eixo, Marcello Caetano começa a reduzir o militarismo e a publicar um corpo doutrinário pelo qual ficou conhecido ao longo de toda a história da Mocidade. No entanto é importante reter, que ele foi o dirigente mais citado, mas também o menos seguido. E um exemplo disso é o «regulamento-de-campismo» de 1942, para não mencionar desde já aspectos da «Missão dos Dirigentes», o seu mais importante trabalho, aonde ele, entre outros aspectos, aconselha vivamente os dirigentes a não cederem à tentação do mando, e permitirem que a Mocidade continuasse uma Organização dos rapazes. Infelizmente nisso, como em muitas outras coisas, foram mais as orelhas surdas.

14.   E assim ficou a Mocidade sujeita ao que poderia ir obtendo na «Sociedade Civil» para complementar as muito magras dotações do Estado. Mas não foi fácil nem foi conseguido. Os dirigentes que julgavam ter adquirido um determinado estatuto social, raramente estiveram disponíveis para andar aí de “mão estendida”. E é exactamente sobre este delicado tema que o «Tronco-em-Flor» pretende alicerçar uma das linhas mestras do estudo teórico da reforma que preconiza. Havia que implementar uma nova mentalidade, em que a Mocidade deixaria de ser um “frete” imposto aos rapazes, para se tornar uma Organização desejada e apoiada pelas famílias. Uma das colocações irá abordar detalhadamente o tema dos recursos, mas todos os «estudos» serão interessantes de ler. Claro que, não se pode imaginar que tudo aconteceria como os desejos expressos. Mas uma larga margem de sucesso possível, seria de admitir.


Dia 1.º de Dezembro

15.   Para finalizar a presente «introdução», será lógico falar um pouco de como este imenso trabalho, poderia ter sido posto em prática. Já sabemos que os recursos seriam muito escassos e que os dirigentes, além de muito poucos, muitos menos estariam disponíveis para se enquadrar nos princípios aqui preconizados, No entanto, a força das propostas seria suficiente para não impedir a grande obra que iria beneficiar a Organização dos rapazes. Em muitos casos teremos que aguardar pelos trabalhos estatísticos, mas, como já foi dito, o resto dos estudos podem ir sendo apresentados. Os trabalhos seriam coordenados a nível nacional pelas direcções de serviço/inspecções/e subinspecções do «comissariado nacional», cujas alterações a introduzir seriam a primeira, e talvez mesmo uma intransponível dificuldade. Nem nos vamos preocupar com isso neste momento. Ficará bastante mais para a frente. Mesmo para o fim. O resto tem a ver com as «divisões», as «alas» e os «centros» e isso ocupará mais de 90% do texto escrito. Vamos tentar incluir o maior número possível de gravuras para tornar a apresentação mais agradável.