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MARCOS DA HISTÓRIA DE PORTUGAL
DESTAQUE


Mosteiro de Santa Maria da Vitória. Batalha. Leiria.



Painéis de São Vicente de Fora.



Torre de Belém. Lisboa.



Estátua equestre de El-Rei D. João IV. Em frente ao Paço Ducal. Vila Viçosa



A Organização DOS rapazes, PARA os rapazes e PELOS rapazes foi extinta em 1966, quando a reforma do ministro Galvão Telles lhe retirou os rapazes (filiados), entregou os «centros» às escolas, e a transformou, assim, numa espécie de direcção-geral de actividades circum-escolares.

Voltou às origens com a reforma Veiga Simão, pelo Decreto-Lei n.º 486/71 de 8 de Novembro.

Mas os novos "associados" estavam tão preocupados com a sua modernização, que acabaram por a descaracterizar completamente.

Foi definitivamente extinta a 25 de Abril de 1974.


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Mocidade Portuguesa. Actividades Noticiosas.
Dinâmica de Um Projecto de Informação.
(Em Espaço Aberto)



PÁGINA EM CONSTRUÇÃO


Índice de Projectos Para Actividades Noticiosas:




1. Numa tarde de sábado, da Primavera de 1967, teve lugar no Estádio Nacional, mais uma edição dos campeonatos distritais de atletismo. Em termos de competição foi semelhante a todas os outros. Já no tocante a divulgação e envolvimento de quem assistiu, foi profundamente diferente. Constituindo um modelo inovador e que infelizmente não mais voltou a ser repetido. A Mocidade tinha todas as condições para conseguir essa repetição, mas faltou dinamismo e, mais que isso, faltou «alma», tal como já vinha acontecendo desde há muitos anos.



2.  Apesar deste evento ainda não se ter integrar no modelo organizativo, que tem vindo a ser defendido para todo o tipo de actividades da Mocidade. Ao longo das quatro épocas trimestrais: «Outono-Inverno» e «Primavera-Verão». E isso poderia ter beneficiado as provas em termos do fomento desportivo. Um importante factor, infelizmente, muito pouco valorizado pela Mocidade, que o confundia com uma precaução de evitar um certo vedetismo. Noutro espaço falaremos detalhadamente disso.



3. Neste caso, o evento, e na parte que se referente à «informação noticiosa» começou a ser tratado com uns dois meses de antecedência, e envolveu diversas entidades, tais como: a administração do Estádio Nacional; o Exército (Estado Maior e Regimento de Transmissões); Emissora Nacional; CP – Caminhos de Ferro Portugueses; Emissão de convites e cartões de livre-trânsito; organização do «Castelo» de transmissões (Corpo Distrital de Graduados) e; correspondência diversa com os estabelecimentos de ensino e outras entidades.



4. O elemento chave para funcionalizar o «sistema de informação simultânea» foi assegurado pelo Exército, que montou as comunicações, constituídas por uma central telefónica, e linhas telefónicas desde cada ponto de partida e chegada das corridas e controlos dos concursos (salto em comprimento, triplo-salto, salto-em-altura, salto à vara, lançamento do disco, do dardo, do martelo e do peso), e um local próximo da cabina de som do Estádio aonde estavam instaladas o locutor oficial e as mesas com os “pares” de cada telefone na área de provas.



5. Uma das primeiras tarefas foi acordar com a administração do Estádio Nacional o modelo dos convites a emitir, uma vez que não estava em causa o modelo “oficial” que correspondia à lotação completa do Estádio. O nosso objectivo era apenas ter uma afluência significativa no «sector central» e isso foi conseguido, ao contrário dos outros anos em que o Estádio esteve completamente “deserto”. A emissão situou-se entre dois e três mil convites. Para cada estabelecimento de ensino foram enviados cerca de 50 convites, a distribuir por alunos interessados em acompanhar os seus colegas concorrentes, familiares e amigos. Não chegaram a ser emitidos cartazes, embora se ficasse com esse desejo para o ano ou anos seguintes, acompanhados de pequenos cadernos com a lista dos concorrentes, para que a assistência, especialmente os familiares, pudessem anotar os resultados obtidos.



6. O funcionamento do «sistema de informação simultânea» era simples mas eficaz. A partir dos telefones locais, guarnecidos por graduados do «castelo» de transmissões, chegavam ao “par”, por exemplo, a informação da primeira chamada para uma determinada corrida, que era de imediato difundida pela instalação sonora do estádio. Normalmente havia duas chamadas para cada prova. Algum tempo depois a partir da mesa do “par”, aonde tinha chegado a notícia, o locutor difundia a informação sobre o concorrente em cada pista (nome estabelecimento de ensino), seguindo-se a informação sobre a partida em perspectiva.



7. Este procedimento repetiu-se sempre que havia fases eliminatórias para apuramento dos concorrentes à «final». Após o que, daí a alguns minutos, eram comunicados os tempos ou outras marcas obtidas pelos diversos atletas. Tendo-se o especial cuidado de ir espaçando a informação de forma manter a assistência ao corrente, mas sem perturbar as provas. Era a primeira vez que o «sistema de informação simultâneo» funcionava. Não tinha havido ensaios, mas tudo correu bem.



8. Entretanto, na Emissora Nacional, conseguimos a gravação de uma «fanfarra» para anteceder o anúncio da «cerimónia protocolar da entrega dos prémios». Normalmente essas indicações vinham do director das provas. Anunciava-se a cerimónia e procedia-se à chamada dos concorrentes ao «pódio», pela ordem de classificação. Ainda para a mesma cerimónia, haviam-nos facultado uns três minutos ou pouco mais de gravação da «Pompa e Circunstância» de “Helgar”, escrita para o jubileu da Rainha Vitória, e à época ainda pouco conhecida em Portugal, que era reproduzida enquanto as entidades avançavam para o «pódio» e entregavam as medalhas. Também resultou bem.



9. O contraste com os anos anteriores, foi o sucesso, pois, o Director de Serviços (Comissariado Nacional da M.P.) e o Colégio de Juízes e Árbitros da Federação Portuguesa de Atletismo, pediram logo a colaboração para se repetir o sistema, quer para os campeonatos nacionais da Mocidade, quer para idênticos eventos promovidos pela Federação. Há ainda a salientar que nos dias de hoje, tudo isto é banal, por via dos complexos sistemas electrónicos, disponíveis nos estádios e companhias de televisão. Mas, há 45 anos atrás não existia nada. Absolutamente nada.



10. A única coisa que não se conseguiu foi o comboio especial para o Estádio, precedente de Sintra, por razões de ordem técnica, segundo nos foi explicado pela CP. Realmente era muito complicado proceder ao atravessamento da Avenida 24 de Julho/Avenida da Índia (Alcântara), ao princípio da tarde, no sentido da Cruz Quebrada e, depois, novamente, ao fim da tarde, no sentido de Sintra. Isso iria provocar uma tremenda confusão no trânsito. O uso que a CP fazia daquela linha era apenas durante a madrugada para comboios de mercadorias que se dirigiam ao porto. Pela nossa parte, acabámos por ficar satisfeitos com o insucesso, pois, conseguir a lotação do comboio, exigia uma preparação que não havia sido feita: cartazes nos estabelecimentos de ensino, venda adiantada dos bilhetes, etc.



11. Algumas falhas protocolares também ocorreram. Por exemplo, a montagem de uma plataforma com cadeiras, para as entidades, não foi feita. O cuidado em convidar a entidades militares que tinham autorizado ou acompanhado a instalação do sistema das comunicações, também caiu no esquecimento. Tal como, convites personalizados para a Emissora Nacional, para a Rádio Universidade e para os directores dos estabelecimentos de ensino e outras entidades diversas, etc.



12. Seja como for, para uma primeira experiência o resultado foi muito positivo, e a melhor forma de o avaliar, foi pela numerosa assistência que nos deixou a todos cheios de contentamento.