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MARCOS DA HISTÓRIA DE PORTUGAL
DESTAQUE


Mosteiro de Santa Maria da Vitória. Batalha. Leiria.



Painéis de São Vicente de Fora.



Torre de Belém. Lisboa.



Estátua equestre de El-Rei D. João IV. Em frente ao Paço Ducal. Vila Viçosa



A Organização DOS rapazes, PARA os rapazes e PELOS rapazes foi extinta em 1966, quando a reforma do ministro Galvão Telles lhe retirou os rapazes (filiados), entregou os «centros» às escolas, e a transformou, assim, numa espécie de direcção-geral de actividades circum-escolares.

Voltou às origens com a reforma Veiga Simão, pelo Decreto-Lei n.º 486/71 de 8 de Novembro.

Mas os novos "associados" estavam tão preocupados com a sua modernização, que acabaram por a descaracterizar completamente.

Foi definitivamente extinta a 25 de Abril de 1974.


sábado, 18 de junho de 2011

Mocidade Portuguesa. Páginas de Poesia (1). «Chama Inquieta»

Versão: 1.0  –  Data: 18-06-2011

Chama-da-Mocidade

TRANSCRIÇÃO:
(do «Jornal da M.P.», Nova Série, Ano I, N.º 5, 24-12-1942, Página 7)

Trouxemos lenha e toda amontoámos
a meio do Acampamento. Aí cavámos
um sulco circular, delimitando
uma mesa redonda e uma bancada.
Da mesa sugira chama ateada
E, em volta, a Mocidade está cantando…
É noite feita. A chama a crepitar
E um silêncio se faz no Acampamento…
À volta desse lume, num saudar,
Está pensamento moço… Pensamento!
As árvores murmuram meigamente,
uma canção que o vento magicou…
E, no Céu, muita estrela refulgente
É alto ideal, qu’inda não se alcançou!
Não poderei esquecer, por mais que viva,
os reflexos da chama bailadeira
No olhar feliz da Mocidade altiva,
Rosto viril, que o lume avermelhava,
– ambiente de mística sem par! –
ao alto o Coração, que procurava
ser moço hoje… e pela vida inteira!
E a chama sempre, sempre a crepitar
Fez-nos pensar… pensar…
Em que pensámos?
Que a Mocidade é Ideal Sublime,
Porque resume e subtiliza a Esperança
do Mundo que ideámos!
Porque ela em nós imprime
o dom da Confiança,
da confiança em nós, no que podemos
na Certeza que sempre venceremos!
Pensámos que é preciso compreender!
Sentimos um impulso pr’a melhor!
Pensámos que é preciso saber Querer!
Sentimos Fé num Portugal Maior!
A chama, a crepitar, ia aumentando
e as almas também! Já não cabiam
dentro de nós, e saíam cantando,
e todo o campo… e todo o Mundo enchiam…
Pensámos Mocidade, e, olhando a flama,
Sentimos nela a vida que nos chama,
vida mais alta, plena de ideais,
não de quimeras, de utopias loucas,
mas princípios sãos, dos imortais,
que se resumem em palavras poucas:
Deus, Pátria e Família, a trilogia santa
do mais alto ideal que Portugal levanta!
… … … … … … … … … … … … … … … … … … … … …
Na Chama vimos nós a própria Vida,
feixe dessoutros feixes imortais,
nas almas, outra lavareda erguida,
que não se extinguirá jamais… jamais!
… e a chama sempre, sempre a crepitar!
Pensámos e pensamos Mocidade,
no Belo que na Cruz há a encontrar
e no Bem porque anseia a Mocidade!
… … … … … … … … … … … … … … … … … … … … …
Na escuridão da noite, o lumaréu
erguia para o Céu,
línguas de fogo, agora suplicantes…
As árvores pareciam uns gigantes!
Barracas brancas – : «almas do outro mundo!»
Aos cantares sucedera um silêncio profundo…
No remanso da noite adormecida,
tinha-se ali o mundo e seus terrores,
e a chama fraquinha, empobrecida,
tal como as juventudes que passaram,
gemendo mágoas, lastimando dores,
sem memória deixar aos que ficaram!...
… … … … … … … … … … … … … … … … … … … … …
Quando a chama se erguia, ardente e forte,
simbolizava a vida idealizada,
a Mocidade que não teme a sorte,
a Mocidade que não teme nada!
A Nossa! Era a Chama, ao alto erguida,
num complexo de ideais a renascer!
Ideais? Ideal da própria vida,
iluminando o nosso Alvorecer!
… … … … … … … … … … … … … … … … … … … … …
Ao dealbar do Dia
A chama se apagara,
Mas, nas almas, existia
outro lume que vingara,
que crepita, tendo algo de Mistério,
anseio de Maior Bem para a humanidade,
erguido em honra de Portugal-Império,
chama da nossa própria Mocidade!
       

Poema de EUGÉNIO JOSÉ ASCENSÃO RIBEIRO ROSA,
do Centro Universitário de Lisboa da M.P.
Mais tarde médico e Comissário Nacional Adjunto

Fotografia: Cortesia do GUIÃO – Centro de Estudos Portugueses