Versão: 1.0 – Data: 10-07-2011
I – NOTAS EXPLICATIVAS:
1 – Os «Auxiliares de Instrução» constituíam
uma quase-categoria de instrutores auxiliares, para além dos quadros, oriundos do escalão de Cadetes, e destinados a promover a
retenção nas fileiras destes filiados, com ou sem outra graduação, e a
superar a elevada insuficiência de instrutores/assistentes dos diversos quadros,
o que sempre aconteceu, e com graves consequências, ao longo da vida da
M.P.
2 – Estes Cadetes «Auxiliares de
Instrução», adquiriam a sua qualificação nos «Centros de Instrução de Quadros»,
depois designados de «Centros de Formação de Quadros», que deveriam ser criados
nas localidades com maior número de centros extra-escolares, centros escolares
primários e centros escolares e que, de uma maneira geral, coincidiam com as cidades capitais de
Distrito.
3 – O «Centro de Instrução de Quadros
de Lisboa», por exemplo, funcionava na Casa da Mocidade, no Bairro da Lapa. A
única casa da mocidade, construída de raiz para a sua finalidade, no princípio dos anos 40. Ampla e dotada de boas instalações para diversas actividades,
designadamente, as gimno-desportivas, acolheu vários tipos de centros. Infelizmente porém, desprovida de instalações para convívio e lazer, nunca conseguiu
ser um ponto de encontro da juventude Lisboeta, ao contrário do que sucedia
noutras cidades.
4 – Os «Centros de Instrução de Quadros»
funcionavam na mesma linha de interesse das «Escolas de Graduados». Enquanto
estas graduavam os filiados para o comando de formações (castelos e bandeiras), aqueles, graduavam-nos também mas para o exercício de diversas especialidades, o que acontecia no
âmbito das «Formações de Comando», assim uma espécie de “corpo-de-estado-maior”,
postos ao serviço dos diversos níveis de direcção e comando, durante a
instrução preparatória nos centros, e depois nos acampamentos de instrução e
outros. Claro que, por extensão, poderiam estas «Formações» ser aproveitadas para apoiar os dirigentes
e comandos superiores nas Alas e Divisões.
5 – Mas, voltando aos «Auxiliares de
Instrução», há que perceber ter sido esta uma excelente solução, que a
Mocidade Portuguesa dispunha, para poder associar filiados com mais idade, e em
quantidade, às «actividades gerais» dos Centros, em regra, muito carenciados de
dirigentes.
6 – Por exemplo: um Centro de uma
Escola Técnica Elementar, da Ala de Lisboa, das mais populosas do país, com um
efectivo de uma «falange» (1x720), o correspondente a duas «bandeiras» (2x360),
ou a oito «grupos-de-castelos» (8x90), ou ainda a 24 «castelos» (24x30) de
filiados de frequência obrigatória, e dois ou três dirigentes adultos
atribuídos, o mais usual no princípio dos anos 60, mesmo não dispensando um
quadro completo de graduados, ficaria numa situação bastante mais confortável,
com o acréscimo de cinco «Auxiliares de Instrução» (18, 19 ou 20 anos) para
acompanhar os graduados «comandante-de-castelo» de 14 e 15 anos.
7 – Muitos centros, para fazer face à
insuficiência de Quadros, desdobraram a tarde de Sábado em dois períodos, um
para o 1.º ano e outro para o 2.º ano, ou então, um para os Infantes de 1.ª
Classe e outro para os de 2.ª Classe. Isto, conforme o critério de organização
da instrução. As dificuldades, porém, subsistiam porque o programa de instrução
semanal, estabelecido pelas «Directivas» do Comissariado, tinha que ser
repartido pela quinzena. E o «progresso» planeado para um ano, passaria a ser
conseguido apenas ao fim de dois anos.
8 – Bem, um quadro de graduados, completo,
era de uma importância vital, como se pode facilmente compreender, mas isso
também raramente acontecia. Os «chefes-de-quina arvorados-em-comandante-de-castelo»,
eram em regra muito jovens (12 ou 13 anos) e os «comandantes-de-grupo» uma
quase-raridade, por razões que comentaremos numa colocação própria.
9 – Arvorado-em-comandante-de-castelo,
não era um posto, mas uma situação transitória, embora nos anos sessenta já
fosse informalmente considerados como tal. Tanto que não constava do
Regulamento de Instrução e Promoção de Graduados dos anos 40, e nunca alterado,
aonde o primeiro posto, era o de chefe-de-quina, e o segundo,
comandante-de-castelo.
10 – Todos sabemos que os «Auxiliares
de Instrução», embora muito necessários, não foram formados na quantidade que o
planeamento requeria (será que havia planeamento?) e isso tem a ver, por um
lado, com a falta de dirigentes (ou até graduados) formadores e o consequente
diminuto número de «Centros de Instrução de Quadros» (ou Centros de Formação de
Quadros).
11 – Por outro lado a existência de «Auxiliares
de Instrução», além da sua qualificação específica, também requeria
aprendizagem num domínio muito “sensível”, como o das relações com os graduados
e os outros dirigentes e professores. Não estando em causa, tanto, o quem manda
mais, ou quem manda menos, mas o que podemos todos fazer como equipa para atingir
os objectivos pretendidos, portanto, algo de mais subtil e profundo que a
tradicional subordinação hierárquica. O mesmo se aplicando às Escolas de
Graduados e aos Cursos de Orientação de Dirigentes, claro.
12 – Depois, o recrutamento dos
filiados mais velhos para frequentarem os cursos de «Auxiliares de Instrução», deveria inserir-se
num outro plano mais ambicioso: o de promover a retenção nas fileiras,
dos voluntários «Vanguardistas e Cadetes». Nada acontece por acaso, e para
resultar, uma cultura (doutrina) teria de ser desenvolvida, aperfeiçoada e
aplicada ao longo dos anos, por via de eventos promocionais próprios, e de
literatura e outros recursos elaborados com essa finalidade.
13 – E a tudo isso, não seria ainda estranha,
a existência (?) nos Serviços Centrais da Mocidade, junto ao Comissariado
Nacional, de um órgão coordenador para isso vocacionado, e depois replicado
pelas Delegações Provinciais/Distritais e pelas Subdelegações Regionais, pelo
menos as mais importantes. Não basta “ter força de vontade” é preciso também “ter
vontade/capacidade de fazer força”
14 – Não estando estabelecida para os
«Auxiliares de Instrução», qualquer outro tipo de insígnia, deveriam os mesmos,
usar uma, idêntica às dos «Monitores». Ou seja, um «Castelete» das insígnias
de ombro dos dirigentes, mas por cima do bolso esquerdo da camisa, a do emblema da M.P.
15 – Noutras colocações vamos abordar
o tema do «Material de Instrução» e o do complemento dos cursos em regime de
internato/acampamento, com o de eventuais fases por «correspondência», e o das
campanhas de «retenção nas fileiras».
II – TRANSCRIÇÕES:
(continua)
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