PÁGINA EM CONSTRUÇÃO
I - NOTAS EXPLICATIVAS
1 – O Regulamento de Campismo de
1942, apesar de – naturalmente –, ter necessitado de pequenas alterações ao
longo dos anos, mais até no sentido de clarificar alguns pequenos detalhes,
podemos considerá-lo, sem dúvida, um dos mais importantes normativos que o
Comissariado Nacional daquela época produziu, e que, como facilmente se
percebe, só seria possível com a orientação esclarecida do comissário nacional
Prof. Doutor Marcello Caetano que pretendia ver a gente moça a respirar o ar do
campo e do mar.
2 – É um documento extenso, com 104
artigos, dispersos por 8 capítulos, que, ao pretender regular a prática de um
vasto conjunto de actividades e definindo ao mesmo tempo o tipo de instalações
e o seu uso, constituía aquilo que no próprio art.º 3.º, se referia como sendo
as actividades
principais – e isto é muito importante –, para os períodos da Primavera
e do Verão.
3 – A chamada instrução-básica, mais
teórica e menos prática, ministrada nas sedes dos centros, era matéria para o
Outono e Inverno, a qual, sem este complemento fundamental para os períodos de
bom tempo, perdia quase completamente o seu interesse para os rapazes e,
consequentemente, a sua principal razão de ser.
4 – Claro que, tão ambicioso projecto
de Marcello Caetano, iria exigir a mobilização de vastos recursos humanos,
materiais e financeiros, especialmente se tivermos em conta o imenso
contingente de filiados abrangidos pela obrigatoriedade legal. Mas as coisas
eram como eram. Se a obrigatoriedade existia, então havia que lhe dar
cumprimento, sem subterfúgios nem omissões.
5 – Só os espíritos acomodados, se
poderiam sentir desencorajados, e esse não era o sentir de uma grande parte dos
dirigentes e graduados, dispostos a responder ao desafio e a partir para a luta,
e Marcello Caetano sabia disso. Primeiro havia que mostrar trabalho que se
visse, tal como era próprio daqueles que viviam o espírito da Mocidade, e só
depois pedir ajuda para o que, de todo em todo, não fora possível conseguir por
iniciativa própria.
6 – Marchas, acantonamentos,
acampamentos, colónias de férias, circuitos campistas, vida de montanha;
refúgios, albergues, bases campistas, e o mais que fosse. Era esse o desafio. O
regulamento estabelecia as principais normas, mas, é evidente, que muito mais
havia a estudar em detalhe, e resolver com imaginação, dinamismo e esforço, quer
a nível local, regional, provincial ou mesmo nacional. O ciclo-campismo não
aparece ainda nele mencionado. É uma ideia que ganhou só mais tarde algumas
simpatias, mas não deixarei de tecer desenvolvidas considerações.
7 – A primeira e mais importante
tarefa, estava reservado às pessoas, como sempre acontece em todas as sociedades
organizadas. Era necessário resolver o problema do enquadramento da grande
massa de filiados. Um problema que por ser comum às actividades do Outono e
Inverno e a todos os escalões, desde o lusitos, passando pelos infantes,
vanguardistas e cadetes, deveria merecer uma atenção especial.
8 – É difícil, nesta pequena nota
introdutória, abordar todas as questões. Vamos apenas enunciar algumas, a abordar
noutras páginas do blogue, e incluir os respectivos links:
a) Formação de quadros (dirigentes e
monitores);
b) Formação de Graduados.
c) Retensão nas fileiras de
vanguardistas e cadetes (não abrangidos pela obrigatoriedade legal);
d) Instrução de corpos de especialistas,
designadamente das «formações-de-comando»;
e) Dos especialistas em reconhecimento,
cartas e levantamentos topográficos;
f) Do «corpo ligações e transmissões»,
ou de sinaleiros;
g) Dos especialistas em construções de
campo, em corda, madeira ou lona, tais como pontes de diversos tipos, torres de
observação e transmissões, mastros, toldos e divisórias e ainda casas-abrigos e
albergues;
h) Dos provisores, cozinheiros e seus auxiliares.
i) E
dos especialistas em transportes e material ciclista.
Talvez possam parecer assuntos
diferentes, mas não, pelo contrário, constituem o cerne da questão.
9 – A minha perspectiva, neste
momento, parte um pouco daquilo que existiu ou se realizou na cidade de Lisboa
ou zonas circunvizinhas, e ainda, no âmbito da Divisão de Lisboa, ou até,
talvez, mais na Ala de Lisboa. Claro que muitas coisas aconteceram um pouco por
todo o país, mas, só à medita que a parte de investigação do projecto
«Tronco-em-Flor» for prosseguindo é que poderemos enriquecer estes textos.
10 – Desde o final dos anos trinta
que Lisboa contava com uma ampla «Casa da Mocidade», construída de raiz e dotada
de excelentes instalações gimnodesportivas, incluindo uma piscina aquecida e um
tanque de remo. Poderia servir perfeitamente como «Base Campista». Embora não
possuindo alojamentos, cozinha ou refeitório, tinha espaços facilmente
adaptáveis para um «albergue», especialmente para grupos oriundos de outras
regiões do país que pretendessem visitar Lisboa e os seus arredores.
11 – Tirando a parte desportiva, e no
que se refere à natação, a Casa da Mocidade de Lisboa (CML) foi muito pouco
aproveitada ao logo dos anos. Só em 1966 acolheu os serviços da Delegação
Distrital de Lisboa, até então no Palácio da Independência e, depois disso, foi
elaborado um projecto de arquitectura com vista ao melhor aproveitamento dos
seus espaços interiores.
12 – A CML, situada no Bairro da
Lapa, quase no centro da cidade, os espaços exteriores poderiam ainda acolher o
acampamento de um grupo-de-castelos de “excursionistas”. Facto que não deve causar
constrangimentos a quem quer que seja, pois, o VII Acampamento Nacional (1966),
foi montado em Lisboa, na quinta das Conchas, ao Lumiar, paredes meias com os
edifícios habitacionais da Alameda das Linhas de Torres.
13 – Muito do que os leitores poderão
apreciar, nestas páginas, não pode deixar de revelar que não foi a falta de
meios que impediu a Mocidade de se tornar uma Organização, verdadeiramente
apreciada, até querida, da esmagadora maioria dos filiados, que apenas dela recordam
pouco mais que o “marcar-passo”. No entanto, separar o trigo do joio, é um
imperativo de consciência e honestidade por que se pauta este blogue.
14 – Nos arredores de Lisboa, em
Oeiras, junto à margem direita do Rio Tejo, ergue-se, o pequeno Forte de
Catalazete, próximo da foz do rio, e do majestoso Forte de São Julião da Barra.
Não posso neste momento, mencionar desde quando a Mocidade ali se instalou, mas
sempre funcionou como Pousada da Juventude, especialmente utilizada no Verão por
alguns jovens estrangeiros, mas tinha condições para uma colónia de férias de
30 a 40 jovens, junto ao mar, por estar rodeado de excelentes praias. Foi
igualmente muito pouco aproveitado. Quase nada.
15 – Um pouco mais a montante do
Tejo, em Caxias, mas também junto à margem direita do Rio, situava-se o Forte
de São Bruno, um pouco maior que o de Catalazete, mas com uma lotação mais
pequena, salvo se fossem montadas tendas na plataforma superior, junto às
ameias viradas para o rio. Tinha camas, cozinha e sanitário e poderia servir de
base para a prática de deportos náuticos, devido à excelente praia que o
rodeava, ou de ponto de partida para actividades de campo.
16 – Ainda nos arredores de Lisboa,
um pouco antes do Forte de São Bruno, na Quinta da Graça, junto ao Estádio
Nacional, no Vale do Jamor (Cruz Quebrada), paredes meias com o então INEF
(Instituto Nacional de Educação Física), hoje Faculdade de Motricidade Humana.
Existiu um curioso edifício com o formato de uma embarcação, aonde esteve
instalada a Escola Nacional de Graduados, infelizmente consumido pelo fogo após
o 25 de Abril, sem que se tenha provado qualquer relação.
17 – Tinha condições de alojamento
para cerca de 120 filiados, mais dirigentes e graduados de serviço, e estava
dotado de instalações sanitárias (duches do INEF) e apetrechado com cozinha e
refeitório. Tanto poderia servir como «Albergue», «Colónia de Férias» ou «Base
Campista». Funcionava apenas no mês de Agosto para o Curso de Verão (de
comandantes-de-bandeira e de comandantes-de-castelo), e de Novembro a Abril,
aos fins-de-semana (sábados à tarde e domingos de manhã) para o Curso de
Inverno (de comandantes-de-castelo), neste caso com um efectivo não superior a
60 filiados. As instalações podiam ter sido muito mais aproveitadas e não
foram.
18 – Alguns edifícios escolares de
Lisboa serviram para o acantonamento de jovens da Organização Juvenil
Espanhola, de visita a Lisboa. Também este exemplo não foi replicado nem
divulgado pelo resto do país.
19 – Resta acrescentar que as Forças
Armadas sempre estiveram disponíveis para colaborar com a Mocidade. Se a M.P.
não teve mais apoio foi porque não solicitou.
20 – Claro que, perante esto quadro,
não seria fácil pedir mais e mais subsídios ao Ministério da Educação, que,
mesmo assim, raramente se negou.
(continua)
Mocidade Portuguesa do Campismo. (Facebook)
PORBASE/Base Nacional de Dados Bibliográficoa
PORBASE - Título
II - REPRODUÇÃO DO REGULAMENTO DE CAMPISMO:
Brochura: Colecção do GUIÃO - Centro de Estudos Portugueses, a quem agradecemos.
NOTA: São possíveis dois níveis de
visionamento. O primeiro corresponde a um clique com a tecla esquerda do
«mouse» sobre a imagem, e ficamos no «slide» da página. O segundo
nível, consegue-se de seguida, seleccionando a opção «ver imagem» no
menu que se obtém clicando com a tecla direita, e depois, clicando
novamente na luneta (+) ou na luneta (-).
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