Contacto: jorgecarvalho@mail.telepac.pt

MARCOS DA HISTÓRIA DE PORTUGAL
DESTAQUE


Mosteiro de Santa Maria da Vitória. Batalha. Leiria.



Painéis de São Vicente de Fora.



Torre de Belém. Lisboa.



Estátua equestre de El-Rei D. João IV. Em frente ao Paço Ducal. Vila Viçosa



A Organização DOS rapazes, PARA os rapazes e PELOS rapazes foi extinta em 1966, quando a reforma do ministro Galvão Telles lhe retirou os rapazes (filiados), entregou os «centros» às escolas, e a transformou, assim, numa espécie de direcção-geral de actividades circum-escolares.

Voltou às origens com a reforma Veiga Simão, pelo Decreto-Lei n.º 486/71 de 8 de Novembro.

Mas os novos "associados" estavam tão preocupados com a sua modernização, que acabaram por a descaracterizar completamente.

Foi definitivamente extinta a 25 de Abril de 1974.


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Mocidade Portuguesa. Organização de Actividades.
Activação de Um Centro.



PÁGINA EM CONSTRUÇÃO


Sumário:
A - Introdução.
B - Actividades Gerais.
C - Actividades Desportivas.
D - Actividades Culturais
E - Curso de Chefes de Quina.Introdução
F - Actividades de Primavera-Verão.
G - Secções do Centro.


A - INTRODUÇÃO:

1.   As ideias expostas, referem-se a uma situação, semi-verídica, que não foi comum à maioria dos Centros, embora acontecesse com alguma frequência e, portanto, dela podemos recolher alguns ensinamentos muito úteis. Trata-se do caso de um «comandante-de-castelo» de 16 anos que foi chamado ao director do Centro (e Escola), para lhe ser proposto que assumisse o comando do Centro. Antes, neste Centro, que correspondeu a uma Escola Industrial, havia funcionado um outro Centro de uma Escola Técnica Elementar, que, entretanto, se mudara para novas instalações. Os quadros existentes, tinham ido quase todos com o efectivo do outro Centro, e o da Escola Industrial ficara numa situação quase-deserta. Apenas ficaram alguns, muito poucos. Este comandante-de-castelo, ainda, por cima, havia estado apresentado para serviço/aprendizagem num centro de instrução especial de transmissões, aonde recebeu instrução do «alfabeto morse» para transmissões rádio-eléctricas, por outro lado, a sua experiência resumia a uma vivência turbulenta, numa outra Escola Técnica Elementar, também muito velhinha, e sem espaço para acolher as várias formações do 1.º e do 2.º ano. Praticamente, três grupos de castelos em cada um dos anos.

2.   Os dois comandantes-de-castelo existentes, pertenciam a uma Escola Comercial e estavam ali em regime de «destacamento». Só não se chamava assim, porque as transferências não obedeciam a um qualquer procedimento organizado, e os centros andavam a “roubar” quadros uns aos outros. Os tais «comandantes-de-castelo», ficaram como comandantes, respectivamente, um do 1.º ano, e o outros do 2.º ano, e estavam, na prática, a tentar exercer as funções de graduados «comandantes-de-bandeira», sem estarem para isso qualificados, nem terem cada um os seus quadros de 3 «comandantes-de-grupo-de-castelos», 9 «comandantes-de-castelo» e de 45 «chefes-de-quina», para já não falar nas respectivas «formações-de-comando». Para salvar a "honra do convento" havia por lá uns 8 a 10 «chefes-de-quina» de promoção muito recente. E no tocante a dirigentes, começaram por existir 2 e mais tarde 3, mas que muito pouco podiam fazer, dada a ausência de graduados e de «chefes-de-quina».

3.   A miudagem era o normal, alegres e turbulentos, mas incapazes de encontrar interesse naquelas infindáveis sessões de “marcar-passo”, a única forma de se tentar manter uma certa “ordem” no meio de uma semi-desordem. No final de cada sessão de instrução, os dirigentes sempre se reuniam connosco, graduados e «chefes-de-quina» em busca de uma possível solução milagreira, que consistia “em fazer omeletes sem ovos”. Eu era um dos tais chefes de quina que havia feito o curso no ano anterior, e ainda andava às voltas com o problema do “mando”, que resulta sempre ou da falta de qualificação ou de experiência. A minha vinda para a Mocidade, resultava do facto, em que no ano anterior, em que o bom-senso havia prevalecido, funcionando o Centro aos sábados à tarde com uma classe de transmissões (castelo), para voluntários, orientada pelo único dirigente-adulto existente. Aos domingos de manhã funcionava o curso de «chefes-de-quina», também para voluntários, e orientado por um «Cadete-Auxiliar-de-Instrução». Correu tudo bem, e ainda hoje, volvidos mais de 50 anos, me lembro dos seus nome.

4.   Sinceramente, não sei de quem tenha sido a ideia de "fazer omeletes sem ovos", mas julgo não me enganar ao apontar para a questão dos fardamentos. Pois de acordo com as normas em vigor, os pais tinham sido obrigados a comprar a farda da Mocidade e, os rapazinhos, não podiam passar os restantes anos da obrigatoriedade, sem fazerem uso dos uniformes, que muito havia pesado no orçamento da família. Por isso avançou-se, mas avançou-se mal, porque a Mocidade não se fazia só de fardamentos novos.

5.   A questão das «formações-e-evoluções», tinha a ver com a tentativa de estabelecer um pouco de ordem, naquela pequena multidão. Mas o resultado foi um fracasso. Depois, a "moda" à época, era manter os rapazes de pé em formatura, durante a hora de instrução de cada um dos anos. Pior um pouco, ao fim de um curto período de tempo, eles estavam exaustos e desatentos. Não esqueçam de que estamos a falar de Infantes. Curiosamente, nunca percebi porque razão eles não se podiam sentar no chão, em «círculo» ou em «U». Mas... mandava quem podia e cumpria quem devia!

6.   E, em resumo, o que é que a miudagem aprendeu? A relação entre algumas formações da Mocidade (quinas, castelos, grupos e bandeiras) e a bandeira de D. João I, que também era a bandeira e emblema da Mocidade, algumas noções da hierarquia da Organização, mas que por falta de material exemplificativo, entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Sobre a vida no campo, nada. Apenas no meu curso de «chefe-de-quina» se treinara a montagem e desmontagem da tenda canadiana de modelo M.P., o resto, para aqueles pobres rapazes, apenas: Esquerdo! Direito! Op! Dois!. Firme! Sentido! Esquerda Vol-ver! Direita Vol-ver! Em Frente-Marche! Marcar-Passo! e Alto! Não era uma maldade. Nenhum de nós sentiu isso. Foi apenas, como já disse, uma tentativa de manter alguma ordem, naquele pequena multidão. As responsabilidades e os responsáveis, teremos oportunidade de comentar ao longo das muitas colocações.

7.   O horário de instrução de 1 hora, uma vez por semana, era manifestamente insuficiente. Era preferível terem instrução de quinze em quinze dias, durante duas ou três horas e um pequeno intervalo pelo meio. Mas, verdadeiramente bom era que a instrução continuasse em regime de voluntariado, pelo menos, enquanto não tivesse-mos os quadros suficientes. Poder-se-ia acrescentar aos tais voluntários das «transmissões» um outro «castelo» de «reconhecimento, orientação e topografia», e outro ainda, de «campismo». Isso estava ao nosso alcance, e não iria saturar ninguém. Mas faltavam ideias, ou melhor, faltava poder e autoridade, e eu já não tinha paciência e parti para as «transmissões» E era mais um graduado que o Centro perdia, pois, entretanto, havia frequentado o curso de inverno da Escola Nacional de Graduados (ENG), aonde concluí o curso de «comandantes-de-castelo, com a classificação de «muito-apto»- Era-mos 6 ou 7 entre 50.

8.   Mas julgo que já é tempo de voltar a falar do meu novo Centro. Ser «comandante-de-centro» não era novo para mim. No outro Centro já havia exercido essas funções a partir do final de 1959/60 e depois durante 1960/61. Uma das características do que havia sido o novo Centro, eram as excelentes instalações da sua sede.

9.   Infelizmente, com a partida da Escola Técnica Elementar, apenas sobrara uma mini-secretaria e o depósito de material para a Escola Industrial. Os antigos ocupantes, levaram a biblioteca, mas o material ficou. E isso foi o mais importante. Tínhamos todo o material de campismo necessário para um «castelo». Julgo que se tratou de uma "herança" do V ou do VI Acampamento Nacional. Mas, por razões que ainda hoje me arrependo, fizemos dele muito pouco uso.

10.   Pouco depois de ser nomeado, já estávamos no 3.º período de 1962/63, ainda publicámos uns três «jornais de parede», mensais. Passou pelo Centro um aluno-filiado ilustrador que era um artísta. Depois viram as férias e, com a concordância do meu director, fui frequentar o curso de «comandantes-de-bandeira». Mas andei por lá a arrastar-me. Ainda era muito novo, no Verão de 1963, tinha só 16 anos, a idade certa para ser «comandante-de-grupo-de-castelos». Por isso continuo a defender, que, a idade certa para o curso de «comandantes-de-bandeira», eram os 18 anos. Eventualmente antecedidos por um ano, ou ultrapassados por 1 a 2. Tudo dependendo da compleição física de candidato, no caso de antecipação, e de outros factores no caso de ultrapassagem.

10.   Devido a uma má ou incompleta influência da disciplina «Organização dos Centros», elaborei um plano de actividades muito abrangente, e em completa desintonia com o efectivo de filiados que se haviam apresentado. Mas, com a melhor das boas vontades o meu director aceitou, e até se envolveu na apresentação pública. Mas tudo aquilo estava errado. Eu devia ter começado com os pés assentes na realidade, e não em qualquer esquema teórico. Apesar disso ao longo dos três anos seguintes, durante os quais me mantive como comandante do Centro, fui bem sucedido noutras actividades, designadamente para Vanguardistas. A «secção-de-difusão-sonora» conhecida como «Rádio Juventude», cuja história irá preencher um espaço bem alargado noutra colocação, e a «equipa de futebol», para a qual se conseguiu reunir a verba necessária para a compra do equipamento.

11.   Quanto ao que poderemos chamar de «actividades-gerais» o caminho a seguir devia ter sido muito mais simples. O facto de eu possuir a graduação de «comandante-de-bandeira» não significava que eu teria de comandar uma «bandeira», pelo menos ali. Nem tinha de considerar que, pelo facto de todos os alunos terem contribuído com uma quota em dinheiro para o Centro, fossem filiados com direito a actividades. O problema da quotização nada tinha a ver comigo, e esses contributos só poderiam ser expressivos para financiar tudo o que fosse mais ou menos desejável, ao fim de dez ou quinze anos, algo que me ultrapassava completamente.

12.   Já agora, também fomos muito bem sucedidos com a «festa-de-encerramento-da-época-Outono-Inverno. As apresentações voluntárias para colaborar, ultrapassaram sempre as vagas existente. E o nosso pequeno teatro ficou sempre repleto de famílias, colegas e amigos. O que já não acontecia há décadas, nem voltou a acontecer depois disso. A chave do sucesso, foi a minha capacidade de delegar sempre tudo em todos. Embora não tenham sido festas 100% ao estilo M.P., conseguiu-se um certo equilíbrio aceitável. O maior problema é que não tínhamos especialistas para ensaiar os rapazes. Fez-se o que se pôde.

13.   Mas, voltando, uma vez mais, ao «comandante-de-bandeira»/«chefe-de-quina» ou, talvez «comandante-de-castelo». Não me devia ter preocupado com isso. Tudo tem sempre um ponto de começo. O resto depende da nossa qualificação e da força anímica que nos motiva. Em boa verdade o efectivo não era bem o de uma «quina». Talvez mais ou menos o de um «castelo» e eu tinha de assumir as funções respectivas. Começando por organizar as primeiras «quinas» que até não necessitavam de estar completas. Essencialmente havia que começar por aproveitar os «chefes-de-quina» apresentados para serviço. Um, dois ou três, e distribuindo os filiados por essas novas «quinas». Se o número de filiados fosse superior, havia que os distribuir provisoriamente pelas «quinas» existente, como elementos supranumerários. Ao mesmo tempo que se iniciava um «curso-de-chefes-de-quina». Não era relevante que este curso apenas começásse com dois ou três filiados-candidatos Outros filiados iriam sendo escolhidos a pouco e pouco. Importante é que existisse regularidade no funcionamento das actividades, neste caso, em todos os sábados à tarde.

14.   Começar às 14:00 horas com uma pequena formatura de 5 minutos, com todos em «linha» dado o pequeno efectivo, para proceder ao içar das bandeiras e cantar a «Marcha da Mocidade». Era uma pequena cerimónia protocolar, mas de grande significado. No final, às 16:00 horas, a cerimónia repetia-se para arrear as bandeiras, mas desta vez catava-se o «Hino Nacional». A Mocidade era uma Organização patriótica e estes dois hinos representavam isso mesmo. Estes 5 minutos a mais, eram suficientes para treinar algumas posições a «pé-firme», coisa de um ou dois minutos.

15.  

16.  

17.  




(continua)